Em 04 de maio de 2018, o GPECS reuniu-se para mais uma reunião. O grupo tem se reunido praticamente a cada quinze dias, mas nos falta muitas vezes a disciplina para registro de todas as reuniões.
Inicialmente, foi feita a retomada do encontro anterior sobre as mudanças nas bases éticas. Relembrou-se a discussão sobre o amor próprio, sobre a aceitação do outro, sobre o ressentimento na sociedade desigual. Para aceitar o outro como superior, é preciso aceitar as próprias limitações, o que gera o ressentimento (Nietzsche). Igualmente abordou-se Scheler e o ressentimento entre os iguais. Não por último, o ressentimento característicos da sociedade atual, que se dirige ao desconhecido.
Enfim, a moralidade de outros tempos, baseada nas relações diáticos, olho no olho, perdeu força face ao anonimato e liquidez da sociedade atual. O terceiro desconhecido emerge como elemento nas relações humanas e enfraquece o poder da exigência ética. Nesse contexto, a justiça social é vista como possibilidade para a continuidade do pensamento ético, e não mais se pode depositar a expectativa sobre o indivíduo.
Nas páginas 55 a 83, então, em análise nesse encontro do grupo, traz-se o debate sobre o plausível e o improvável. A dificuldade que existe em estar sempre atendendo às expectativas do grupo. Discutiu-se a estimulação e imposição de padrões de comportamento promovidos por sedução e policiamento de condutas pela regulação normativa operada pelas relações públicas e publicidade.
As mudanças nas sociedades e nas relações dos indivíduos relegaram à esfera privada todas as responsabilidades e possibilidades para a organização da vida. Cada um é responsável por si. O insucesso, também, passa a ser de ordem privada. A tão almejada liberdade, tão presente nos discursos da nova sociedade pretendida com a Revolução Francesa, passou a ser a nova prisão. A liberdade trouxe consigo o terror da responsabilidade.
Nesse contexto, o self quer outra e nova liberdade, supostamente encontrável na realização do desejo. Isso, incorporado ao discurso e práticas do modo capitalista de existência, levou à propagação de soluções (venda!) que prometem o aplacamento da angústia e do terror característicos ao novo self.
Vive-se, assim, cada vez mais nas incertezas, nas dúvidas, na desconfiança em relação a todos, pois cada um é um potencial inimigo. Para Bauman, programas e seriados de TV fomentam tal desconfiança. Diante disso, falou-se sobre a emersão de novos totalitarismos em diferentes contextos e sob novas facetas. Numa era de instabilidade, os discursos totalitários têm oferecido a segurança que se busca, no sentido de resolver os problemas, como uma forma de desobrigar-se das consequências, deixando de refletir sobre o real impacto que essa aceitação traz para cada um.
Em 2018, iniciou-se o estudo de uma obra de Zygmunt Bauman: A ética é possível num mundo de consumidores? Na reunião de que trata este post, abordou-se especificamente a discussão das páginas 55 a 83.
Inicialmente, foi feita a retomada do encontro anterior sobre as mudanças nas bases éticas. Relembrou-se a discussão sobre o amor próprio, sobre a aceitação do outro, sobre o ressentimento na sociedade desigual. Para aceitar o outro como superior, é preciso aceitar as próprias limitações, o que gera o ressentimento (Nietzsche). Igualmente abordou-se Scheler e o ressentimento entre os iguais. Não por último, o ressentimento característicos da sociedade atual, que se dirige ao desconhecido.
Enfim, a moralidade de outros tempos, baseada nas relações diáticos, olho no olho, perdeu força face ao anonimato e liquidez da sociedade atual. O terceiro desconhecido emerge como elemento nas relações humanas e enfraquece o poder da exigência ética. Nesse contexto, a justiça social é vista como possibilidade para a continuidade do pensamento ético, e não mais se pode depositar a expectativa sobre o indivíduo.
Nas páginas 55 a 83, então, em análise nesse encontro do grupo, traz-se o debate sobre o plausível e o improvável. A dificuldade que existe em estar sempre atendendo às expectativas do grupo. Discutiu-se a estimulação e imposição de padrões de comportamento promovidos por sedução e policiamento de condutas pela regulação normativa operada pelas relações públicas e publicidade.
As mudanças nas sociedades e nas relações dos indivíduos relegaram à esfera privada todas as responsabilidades e possibilidades para a organização da vida. Cada um é responsável por si. O insucesso, também, passa a ser de ordem privada. A tão almejada liberdade, tão presente nos discursos da nova sociedade pretendida com a Revolução Francesa, passou a ser a nova prisão. A liberdade trouxe consigo o terror da responsabilidade.
Nesse contexto, o self quer outra e nova liberdade, supostamente encontrável na realização do desejo. Isso, incorporado ao discurso e práticas do modo capitalista de existência, levou à propagação de soluções (venda!) que prometem o aplacamento da angústia e do terror característicos ao novo self.
Vive-se, assim, cada vez mais nas incertezas, nas dúvidas, na desconfiança em relação a todos, pois cada um é um potencial inimigo. Para Bauman, programas e seriados de TV fomentam tal desconfiança. Diante disso, falou-se sobre a emersão de novos totalitarismos em diferentes contextos e sob novas facetas. Numa era de instabilidade, os discursos totalitários têm oferecido a segurança que se busca, no sentido de resolver os problemas, como uma forma de desobrigar-se das consequências, deixando de refletir sobre o real impacto que essa aceitação traz para cada um.
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